Os Intrigantes e Enigmáticos Artefatos do Padre Crespi

Ao longo do último século no Equador, onde viveu por 60 anos, o padre italiano Carlo Crespi Croci conseguiu acumular uma vasta coleção de itens provenientes de quase todas as culturas indígenas do país. Alguns objetos eram claramente réplicas, doadas por moradores locais que o reverenciavam; entretanto, entre essa coleção, ele também adquiriu um grande número de itens enigmáticos, com características que desafiam a compreensão arqueológica tradicional.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEO Padre Carlo Crespi Croci foi um monge salesiano nascido na Itália em 1891. Ele estudou antropologia na Universidade de Milão antes de se tornar sacerdote. Em 1923, foi designado para a pequena cidade andina de Cuenca, no Equador, para trabalhar com os povos indígenas. Foi nesse lugar que dedicou 59 anos de sua vida a trabalhos de caridade, até sua morte em 1982.
O Padre Crespi é conhecido por sua multiplicidade de talentos – era educador, antropólogo, botânico, artista, explorador, cinegrafista e músico – além de seu intenso trabalho humanitário no Equador, no qual fundou um orfanato e instalações educacionais, auxiliou os pobres, distribuiu alimentos e dinheiro e cuidou profundamente das pessoas.
Ao caminhar pela cidade de Cuenca, fica claro que Crespi conquistou o coração da população – hoje, uma estátua dele ajudando uma criança permanece na praça em frente à igreja de Maria Auxiliadora, e moradores locais que tiveram a oportunidade de conhecê-lo compartilham histórias sobre seu intenso trabalho de caridade. A cidade de Cuenca tem trabalhado com o Vaticano há anos para que o Padre Crespi seja reconhecido como santo.
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No entanto, não foram apenas as pessoas de Cuenca que ele ajudou. O Padre Crespi também tinha um profundo interesse pessoal pelas inúmeras tribos indígenas espalhadas pelo Equador e buscava aprender sobre sua cultura e tradições, além de oferecer assistência sempre que possível. As pessoas falam de sua dedicação a uma vida de pobreza voluntária, às vezes dormindo no chão de pequenas cabanas pertencentes aos indígenas, com apenas um único cobertor.
Foi devido à dedicação do Padre Crespi ao povo que eles começaram a lhe oferecer artefatos como forma de agradecimento. Esses artefatos vinham de todas as regiões do país e além, representando o trabalho de quase todas as culturas indígenas do Equador.
Com o tempo, o Padre Crespi adquiriu mais de 50.000 objetos, muitos dos quais eram mantidos no pátio da igreja Maria Auxiliadora até que o Vaticano lhe concedeu permissão para criar um museu para abrigar a coleção. Infelizmente, muitos dos artefatos foram destruídos em um incêndio criminoso em 1962.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEApós a morte do Padre Crespi, os artefatos restantes foram removidos e pouco restou deles. Surgiram várias versões sobre o destino dos objetos que sobreviveram ao incêndio – alguns dizem que foram armazenados no arquivo subterrâneo da Maria Auxiliadora, outros afirmam que foram vendidos a colecionadores particulares ou enviados para o Vaticano. Durante décadas, pouco se soube ou se viu dos preciosos artefatos de Crespi.

Embora milhares dos artefatos de Crespi sejam comumente considerados esculturas modernas ou réplicas de objetos antigos, um pequeno subconjunto de itens de sua coleção gerou intensa controvérsia.
Alguns dos artefatos apresentam estilo babilônico, outros parecem ter sido esculpidos em ouro com motivos e símbolos estranhos que não se assemelham a objetos de nenhuma cultura sul-americana. Algumas das placas de ouro parecem mostrar um tipo de escrita antiga, embora, até onde se sabe, nenhuma delas tenha sido identificada ou traduzida.
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Richard Wingate, explorador e escritor baseado na Flórida, visitou o Padre Crespi em meados e finais da década de 1970 e fotografou a extensa coleção de artefatos. Ele disse:
“Em um galpão empoeirado e apertado na varanda lateral da Igreja de Maria Auxiliadora em Cuenca, Equador, encontra-se o tesouro arqueológico mais valioso da Terra. Mais de um milhão de dólares em ouro deslumbrante está guardado aqui, além de muito prata, porém o valor monetário dessa reserva esquecida não é seu principal mérito. Há artefatos antigos identificados como assírios, egípcios, chineses e africanos, tão perfeitos em execução e beleza que qualquer diretor de museu os consideraria aquisições de primeira classe. Como este tesouro é a coleção mais estranha de objetos arqueológicos antigos existente, seu valor reside nas questões históricas que levanta e que exigem respostas. No entanto, ele é desconhecido pelos historiadores e deliberadamente negligenciado nos periódicos da arqueologia ortodoxa”. [Compilado por Glen W. Chapman, 1998].
Os Objetos de Ouro e a ‘Cueva de los Tayos’
Na década de 1960, o pesquisador argentino nascido na Hungria, Juan Móricz, tornou-se a primeira pessoa não indígena a entrar na Cueva de los Tayos, uma caverna — ou melhor, uma vasta rede de cavernas — localizada na região de Morona-Santiago, no coração da floresta equatoriana. Após explorar inúmeros túneis, Móricz afirmou ter descoberto uma série de câmaras repletas de estátuas e outros objetos de diversas formas, cores e materiais, além de restos de seres humanoides. A descoberta mais surpreendente, porém, foi que em uma dessas câmaras centenas — talvez milhares — de finas placas metálicas, algumas de ouro e cobertas por ideogramas, estavam empilhadas: uma “biblioteca de metal” que parecia ter se originado de uma civilização antiga completamente desconhecida pela ciência moderna.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEEm 1969, Móricz decidiu revelar essas maravilhas ao mundo e procedeu com extremo cuidado. Para garantir direitos legais sobre a descoberta, o primeiro passo foi informar formalmente o governo equatoriano. Para isso, ele precisava de um advogado de confiança e, estando no Equador, pediu a um amigo senador uma recomendação. Foi assim que Gerardo Peña Matheus, um destacado advogado de Guayaquil que ainda reside na cidade, se envolveu no caso. Em junho daquele ano, Peña Matheus visitou o escritório de Móricz, onde juntos redigiram o relatório que seria posteriormente enviado ao governo. Semanas depois, o presidente do país autorizou uma expedição oficial para documentar a descoberta da “Cueva de los Tayos”.

Devido ao seu papel como assessor jurídico, Peña Matheus pôde ver as enormes instalações subterrâneas e as gigantescas pedras esculpidas que Móricz havia descrito. Pouco depois, a imprensa noticiou essa extraordinária descoberta e, em seguida, Erich von Däniken viajou para Guayaquil para se encontrar com Móricz e Peña.
Em 1973, o autor suíço, famoso por seus livros sobre astronautas antigos, publicou a obra O Ouro dos Deuses, baseada nas descobertas de Móricz. Segundo Däniken, esses objetos teriam sido entregues a Crespi, formando a parte mais controversa de sua coleção. Além disso, Däniken afirmou que os artefatos foram criados por uma civilização perdida com a ajuda de seres extraterrestres. A história do Padre Crespi e de seus artefatos ganhou ampla atenção.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEDe acordo com Móricz e Däniken, a chamada “Biblioteca Metálica” consistia em milhares de livros com páginas de metal, cada página gravada de um lado com símbolos, desenhos geométricos e inscrições. Mas o que aconteceu com esses misteriosos livros e placas de metal?
Alguns Itens Preservados, Outros Desaparecidos
Atualmente, a maior parte da coleção não enigmática do Padre Crespi está sob a posse do Banco Central do Equador. Fileira após fileira, milhares de artefatos estão armazenados ali. Eles foram cuidadosamente catalogados de acordo com sua idade e a cultura a que pertenciam — estatuetas, assentos cerimoniais, armas, esculturas de pedra, cerâmicas, joias, antigos dispositivos de contagem, ícones religiosos e até crânios alongados e cabeças humanas encolhidas faziam parte da impressionante coleção de Crespi — mas nenhuma placa de metal.





As Placas de Metal
Enquanto isso, o Banco Central recusou-se a adquirir as placas de metal, considerando-as falsas. As placas não são feitas de ouro, mas de um metal macio e maleável que se assemelhava ao alumínio. As gravuras parecem rudimentares, e muitas delas representam figuras incomuns e cenas bizarras.
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As Placas de Ouro
Uma grande parte da coleção do Padre Crespi não desapareceu, como vimos, mas foi adquirida pelo Banco Central do Equador e atualmente está armazenada nos cofres do museu. A maior parte da coleção de Crespi consiste em artefatos autênticos e valiosos, coletados por todo o Equador.
No entanto… muitas perguntas permanecem sem resposta: onde estão os artefatos fotografados e filmados na década de 1970, incluindo esculturas de ouro, hieróglifos e figuras sumérias? Por que eles não estão expostos nos depósitos do Banco Central do Equador?





A verdade é que ninguém sabe ao certo. Algumas fontes especulam que esses objetos foram adquiridos ilegalmente por colecionadores privados; outras afirmam que estão em posse do Banco Central do Equador; e há ainda quem diga que certos itens foram retirados — e posteriormente devolvidos — por descendentes dos povos locais aos seus locais de origem.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADETudo isso continua profundamente intrigante. Se toda a história dos artefatos de ouro do Padre Crespi fosse falsa, como sugerem alguns céticos, por que esses objetos desapareceram? Que importância ou valor eles teriam se supostamente fossem falsificações e, portanto, nem sequer feitos de ouro?
São mistérios para os quais ainda não temos respostas.
O que é certo é que o Padre Crespi realmente reuniu uma importante coleção de itens arqueológicos enigmáticos que desafiam as explicações convencionais — objetos que parecem conectar nossa história a um passado possivelmente muito mais exótico e misterioso do que a maioria das pessoas poderia imaginar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEUm vídeo mostrando o Padre Crespi com os artefatos mais controversos pode ser visto abaixo. O próprio Crespi afirma que esses artefatos não vieram do Equador, mas da Babilônia.
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