Relação entre crenças paranormais e distúrbios do sono

É incrível como a noite pode ser estranha; portanto, não é surpreendente que as pessoas frequentemente relatem mais atividade paranormal quando o sol se põe. A dificuldade em ter uma boa noite de sono pode fazer com que a noite pareça ainda mais vívida, fortalecendo as crenças em fantasmas, demônios, alienígenas e vida após a morte.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADETais relatos foram associados a distúrbios do sono específicos em várias pesquisas anteriores. Entre eles estão a síndrome da cabeça explosiva, caracterizada por ouvir ruídos altos durante o cochilo, e a paralisia do sono, que provoca uma incapacidade momentânea de se mover ao adormecer ou ao acordar, acompanhada da sensação de uma suposta atividade paranormal.
Faz sentido que pessoas que experimentam essas travessuras sonolentas sejam mais propensas a acreditar no paranormal, uma vez que ambas as situações estão ligadas a experiências alucinatórias, como o aparecimento inesperado de figuras sombrias ao lado da cama.

Na verdade, muitas explicações culturais para problemas graves de sono reforçam essas crenças. Por exemplo, a paralisia do sono é frequentemente atribuída a espíritos malévolos chamados gênios no Egito, enquanto alguns italianos a associam a Pandafeche, uma bruxa com aparência de gato preto.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEUsando um método mais rigoroso, os pesquisadores examinaram as respostas de 8.853 entrevistados a um questionário sobre crenças paranormais e qualidade do sono. Eles estavam particularmente interessados em entender como o sono influencia as crenças das pessoas sobre a presença de fantasmas e demônios, a sobrevivência da alma após a morte e a possibilidade de extraterrestres já terem visitado a Terra.
No geral, os pesquisadores descobriram que pessoas que relatam “má eficiência do sono” ou que dormem menos horas por noite são mais propensas a ter essas crenças. O mais surpreendente é que cerca de dois terços das pessoas que sofriam de paralisia do sono ou da síndrome da cabeça explosiva acreditavam que alienígenas já haviam interagido com humanos, em comparação com apenas 3,4% de toda a amostra.
Quase 60% daqueles que sofreram paralisia do sono acreditavam que a alma sobrevive à morte, enquanto pessoas com sintomas mais graves de insônia eram mais propensas a acreditar no diabo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE“Como a paralisia do sono envolve diferentes tipos de alucinações, incluindo auditivas e visuais, e a síndrome da cabeça explosiva normalmente envolve um estrondo, nossas descobertas sugerem que a crença em alienígenas pode estar associada a distúrbios do sono que produzem sons ou imagens”, escrevem os autores do estudo.
“Uma explicação para essas associações é que alguém experimentando sons ou imagens durante o sono pode interpretar isso como evidência da existência de alienígenas ou outros seres sobrenaturais.”
Essa hipótese ainda precisa ser testada, assim como as possíveis relações causais entre a qualidade do sono e as crenças paranormais. Enquanto isso, os pesquisadores afirmam que os médicos podem usar essas descobertas para identificar distúrbios do sono em indivíduos que apresentam tais crenças.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE- Veja também: Lendas urbanas já existiam na Grécia e Roma antigas
Em última análise, porém, eles destacam que “os mecanismos subjacentes a essas associações são provavelmente complexos e precisam ser mais explorados para compreender completamente por que as pessoas às vezes relatam ‘coisas que acontecem durante a noite’”.
O estudo foi publicado no Journal of Sleep Research.
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