Lápide romana antiga encontrada em um quintal de Nova Orleans

Ao limpar a vegetação do quintal de sua casa em Nova Orleans, um casal descobriu algo completamente inesperado: uma lápide romana que um dia marcou o túmulo de um soldado que viveu do outro lado do mundo, no século II.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEPesquisas sobre o objeto improvável indicam que ele é genuíno, e sua descoberta sugere um mistério internacional que remonta à Segunda Guerra Mundial.
“Recebemos ligações do público sobre achados estranhos em quintais da região com bastante frequência”, disse à Live Science o arqueólogo D. Ryan Gray, da Universidade de Nova Orleans, que analisou a lápide. “Muitas vezes, acaba sendo algo natural que apenas parece um artefato.”
Neste caso, os proprietários eram Daniella Santoro, antropóloga da Universidade Tulane, e seu marido, Aaron Lorenz, observou Gray em um relatório online publicado em 6 de outubro sobre as investigações da pedra.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE“Quando Daniella descreveu isso inicialmente, pensei que talvez fosse uma lápide do século XIX que havia sido retirada de um cemitério de Nova Orleans e depois descartada”, disse Gray. “No entanto, assim que vi a foto da inscrição, suspeitei imediatamente que se tratava de algo muito diferente.”

Santoro encontrou a incomum tábua de mármore sob a vegetação no quintal de sua casa do tipo shotgun (estreita e comprida) no histórico bairro de Carrollton, em Nova Orleans. A pedra mede cerca de 30 centímetros de largura e é um pouco mais longa, tendo uma de suas faces densamente gravada com texto em latim.
Especialistas afirmam que a inscrição em latim pode ser traduzida da seguinte forma:
“Aos Espíritos dos Mortos, para Sextus Congenius Verus, soldado da frota pretoriana de Misenum, da tribo dos Bessos [da Trácia], que viveu 42 anos e serviu 22 no exército, no trirreme [navio de guerra] Asclépio. Atilius Carus e Vettius Longinus, seus herdeiros, fizeram (isto) para ele, bem merecedor.”
Estava claro que se tratava da lápide de um soldado, nascido na região da Trácia, no norte da Grécia, que havia servido em um navio de guerra romano. Mas agora surgia um novo mistério: como essa lápide foi parar em Nova Orleans?

Mistério resolvido
Uma investigação revelou que a inscrição já havia sido registrada por arqueólogos — mas em uma lápide do século II encontrada perto de Civitavecchia, uma antiga cidade portuária localizada a cerca de 64 quilômetros a noroeste de Roma. No entanto, essa lápide foi dada como desaparecida após a Segunda Guerra Mundial, quando bombas aliadas destruíram o museu que a abrigava.
Inicialmente, não estava claro como a lápide havia ido parar em Nova Orleans. Mas, à medida que a notícia de sua descoberta se espalhou, a história veio à tona: a antiga laje havia sido adquirida por um soldado norte-americano que lutou na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, segundo contou a neta do homem à imprensa local.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADESegundo o The Guardian, Erin Scott O’Brien relatou que seu avô, Charles Paddock Jr., levou a lápide para casa, em Nova Orleans, e a exibiu em uma vitrine em sua residência antes de falecer, em 1986. O marcador funerário foi então herdado por O’Brien, que o colocou em seu jardim enquanto morava no bairro de Carrollton. No entanto, quando vendeu a casa em 2018, O’Brien esqueceu-se de levá-lo consigo. O casal que comprou a residência posteriormente encontrou o antigo artefato enquanto fazia a limpeza do quintal.

Santoro e Lorenz estão agora trabalhando com autoridades dos Estados Unidos e da Itália para devolver a lápide a Civitavecchia.
“Para mim, esta história reflete uma maravilhosa interseção entre a curiosidade de um proprietário e a revelação de algo inesperado e historicamente significativo”, escreveu Gray em seu relatório.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADENota do editor: Esta matéria foi atualizada em 17 de outubro com a notícia de Erin Scott O’Brien de que seu avô havia levado a lápide da Itália para os Estados Unidos.
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