Raro vaso de cerâmica do século XV encontrado em La Palma a partir da época da conquista castilar
Os arqueólogos que trabalham em Tijarafe, na ilha de La Palma, nas Ilhas Canários, desenterraram um raro vaso de cerâmica intacto que remonta ao século XV, na época da conquista castiliana. A descoberta é considerada uma das descobertas arqueológicas mais importantes da região nos últimos anos.
La Palma, a ilha mais noroeste dos canários, era originalmente habitada pelos Auaritas, um dos grupos indígenas de Guanche. Quando a coroa de Castile começou sua conquista do arquipélago, muitos dos habitantes da ilha foram escravizados, mortos ou morreram de doenças européias. Esse período é frequentemente considerado um exemplo inicial de genocídio colonial, estabelecendo um precedente para a colonização posterior nas Américas.
O navio foi encontrado em 2024 no Cueva de Las Jimenas, localizado dentro do Barronco de Los Gomeros, perto do bairro de El Jesús. A caverna, usada por séculos por populações locais e identificada como um local funerário, continha camadas de material que abrangem várias fases de tradições de cerâmica indígenas. Esse artefato pertence à Fase IVB, o estilo de cerâmica predominante durante o tempo da conquista. Ao contrário da maioria das cerâmicas de Guanche, que normalmente era não decorada ou marcada com impressões simples de unhas, este navio se destaca por sua decoração ornamentada e excelente preservação.
Como os navios completos são muito raros – a maioria dos achados consiste em fragmentos – a descoberta foi mantida confidencial enquanto os especialistas desenvolviam um plano cuidadoso para a recuperação. A peça foi apresentada em uma parte difícil de acessar a caverna, parcialmente presa por pedras que causaram fraturas e ameaçaram sua estabilidade. Para minimizar o risco de danos, uma equipe profissional realizou a extração em 11 de agosto de 2025.

A recuperação exigia um planejamento meticuloso. O restaurador Salomé González Rodríguez desempenhou um papel fundamental na consolidação das áreas frágeis antes da remoção. Uma vez transferido para um workshop temporário, a embarcação foi submetida a documentação, limpeza e estabilização detalhados, todos realizados usando métodos reversíveis para preservar sua autenticidade.
A descoberta foi descrita como uma adição excepcional à herança arqueológica de La Palma, não apenas por causa de sua integridade, mas também por suas características decorativas, que parecem incomuns em comparação com outros exemplos conhecidos. Os especialistas sugerem que isso pode refletir variações locais ou a persistência de tradições anteriores, embora mais análises sejam necessárias antes que conclusões firmes possam ser tiradas.
Esta embarcação está agora sob a custódia do Ayuntamiento de Tijarafe, onde continuará sofrendo estudo e estudo científico, incluindo análise de cerâmica e fotogrametria. Um documentário também foi produzido para mostrar o processo de recuperação.
As autoridades locais veem a descoberta como um marco para o município. Eles enfatizaram que essas iniciativas não apenas aprofundam o conhecimento das raízes indígenas, mas também fortalecem a identidade coletiva e o orgulho cultural.
Mais informações: Conselho da Cidade de Tijarafe