O telescópio Webb revela a estrela oculta no coração da Nebulosa Borboleta.

A Nebulosa da Borboleta, localizada a cerca de 3.400 anos-luz na constelação de Escorpião, é uma das nebulosas planetárias mais estudadas. Esses objetos cósmicos se formam quando estrelas com massa semelhante à do Sol esgotam seu combustível e expulsam suas camadas externas de gás, criando formas espetaculares no espaço. Apesar do nome sugerir relação com planetas, trata-se de uma confusão histórica; na realidade, são os restos luminosos de estrelas em processo de morte.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADENeste caso, a nebulosa é bipolar, com dois grandes lóbulos de gás que lembram as “asas” de uma borboleta. No centro, uma faixa escura de gás e poeira compõe o “corpo”, um toroide ou anel em forma de rosquinha visto de lado. Esse toroide é essencial, pois canaliza o gás expelido pela estrela, conferindo à nebulosa sua forma característica de inseto.
Utilizando o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI), o telescópio Webb conseguiu penetrar o denso véu de poeira que ocultava a estrela central da nebulosa, um mistério que havia desafiado telescópios como o Hubble. A equipe de pesquisa não apenas localizou a estrela, como também determinou que ela é uma das mais quentes já conhecidas, com temperatura de 220.000 Kelvin.

Os dados do Webb também revelaram a composição do toroide de poeira, que contém silicatos cristalinos, como o quartzo, e grãos de poeira incomumente grandes, indicando um longo processo de crescimento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEAlém disso, a análise espectrográfica identificou quase 200 linhas espectrais, mostrando como diferentes elementos químicos se organizam em camadas. Foram detectados jatos de ferro e níquel que emanam da estrela em direções opostas. Um dos achados mais intrigantes foi a presença de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), moléculas à base de carbono que, na Terra, encontramos na fumaça ou na fuligem. Acredita-se que essas moléculas se formem quando o vento estelar colide com o gás ao redor — possivelmente a primeira evidência de sua formação em uma nebulosa planetária rica em oxigênio.

Esses resultados, que oferecem um retrato totalmente novo e dinâmico da Nebulosa da Borboleta, foram publicados na prestigiada revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
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