Descobrem na Patagônia um crocodilo pré-histórico que caçava dinossauros

Uma equipe internacional, liderada por cientistas do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN), desenterrou perto de El Calafate o esqueleto quase completo de um parente gigante dos crocodilos, ao qual deram o nome de Kostensuchus atrox.
As análises do fóssil, que se encontra em um estado de conservação excepcional, indicam que esse animal era um hipercarnívoro com cerca de 3,5 metros de comprimento e 250 quilos de peso — ou seja, ao contrário de seus parentes modernos, destacava-se por ser um caçador eminentemente terrestre.
Seu crânio curto e robusto, junto com dentes afiados como lâminas, estava adaptado para rasgar a carne de suas presas, entre as quais estavam dinossauros de porte médio.

Sua natureza predatória fica refletida em seu nome. A designação completa, Kostensuchus atrox, combina a palavra tehuelche “Kosten”, em homenagem ao vento patagônico; suchus, a forma grega de se referir ao deus crocodilo egípcio Sobek; e o termo latino atrox, que significa “terrível”.
A relevância desta descoberta, publicada na revista científica PLOS One, está na completude do esqueleto. Até agora, o conhecimento sobre sua família, os peirosaurídeos, baseava-se em restos muito fragmentários. Este exemplar oferece, pela primeira vez, uma visão clara da anatomia e do estilo de vida desses predadores, demonstrando que o topo da cadeia alimentar no final do Cretáceo era mais complexo do que se pensava, com gigantescos crocodiliformes disputando território com os dinossauros pouco antes do evento de extinção em massa que redesenhou a vida na Terra.