Recentemente, mapeadores equipados com drones realizaram uma descoberta surpreendente na zona rural do Iraque - um canal de 19 quilômetros de comprimento, desencadeando uma série de eventos que revelaram uma inovação tecnológica notável dos antigos sumérios.
O que inicialmente foi interpretado como um templo bizarro em uma escavação na antiga cidade de Girsu, próximo a Nasiriyah, no sul do Iraque, acabou sendo identificado como uma "máquina anti-seca" de 4.000 anos.
O Contexto Histórico de Girsu
Girsu, dedicada ao deus da guerra e da agricultura Ningirsu, desempenhou um papel crucial na civilização suméria a partir do terceiro milênio a.C. A escavação liderada pelo Museu Britânico revelou não apenas aspectos religiosos, mas uma complexa trama política da sociedade mesopotâmica primitiva.
A Máquina Anti-Seca
A descoberta, inicialmente interpretada como um templo peculiar, revelou-se uma inovação única. O Museu Britânico descreve o artefato como uma "calha" que transportava água para áreas distantes, uma verdadeira "máquina anti-seca".
Surpreendentemente, os arqueólogos acreditavam que tecnologias desse tipo só surgiram no século 18 d.C., tornando essa invenção suméria uma surpreendente antecipação de sua época.
Desafios Ambientais e Soluções Engenhosas
À medida que a civilização suméria se expandia, a demanda por água aumentava. A população dependia da irrigação dos rios Tigre e Eufrates, mas enfrentou desafios com o assoreamento e secagem dos canais.
A máquina de Girsu, uma resposta engenhosa à crise hídrica, destacou-se como uma tentativa desesperada de evitar o colapso agrícola.
Rituais e Transformações Sociais
Os escritos antigos da Suméria revelam complexos rituais de sacrifício e libação em homenagem aos deuses da fertilidade e da água. Entretanto, por volta de 2000 a.C., os deuses deixaram de responder aos rituais tradicionais, levando os habitantes de Girsu a buscar soluções inovadoras para garantir o abastecimento de água.
A Ponte Mais Antiga do Mundo
A estrutura de Girsu, posicionada em um canal de 19 quilômetros, agora é considerada "a ponte mais antiga conhecida do mundo".
Com uma passagem de 5 metros de largura, criava o efeito "Venturi" - uma técnica formalmente descrita apenas no século XVIII. Esta ponte salvadora de vidas demonstra a adaptabilidade dos sumérios às mudanças climáticas e à ausência divina.
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Conclusão
A descoberta da máquina anti-seca em Girsu não apenas redefine a cronologia das tecnologias hidráulicas, mas também destaca a resiliência e a inventividade dos antigos sumérios diante de desafios ambientais.
Essa "ponte para o passado" não só lança luz sobre o desenvolvimento tecnológico na Mesopotâmia, mas também sugere que a história da engenharia pode ter raízes mais profundas do que imaginávamos.
Via: Ancient Origins