A câmera da sonda Mars orbiter da NASA vai mirar o misterioso objeto interestelar 3I/ATLAS

Embora, a princípio, os cientistas tenham se apressado em classificar como cometa o terceiro objeto interestelar a cruzar nosso sistema solar, certas anomalias desde então colocaram essa explicação em sérias dúvidas. A mais recente surgiu em 21 de julho de 2025, quando o Telescópio Espacial Hubble capturou a melhor imagem até agora do 3I/ATLAS. A fotografia revelou um brilho, provavelmente uma coma de poeira, situado à frente do objeto em sua trajetória em direção ao Sol, mas sem a característica cauda de cometa que seria esperada.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE«A análise desse brilho mostrou um perfil de luminosidade superficial incomumente acentuado. Enquanto a luz solar refletida na poeira de um cometa típico do sistema solar diminui com o quadrado da distância, o brilho de 3I/ATLAS decai de forma muito mais abrupta, como a quarta potência da distância», explicou o astrofísico Avi Loeb em uma publicação.

Segundo Loeb, que defende a hipótese de se tratar de um objeto artificial, essa forte queda de luminosidade é inconsistente com a simples reflexão da luz solar. Em vez disso, ele sugere que o objeto poderia estar gerando sua própria luz a partir de uma fonte central, iluminando a nuvem de poeira ao seu redor.
«Se o 3I/ATLAS produz sua própria energia, seu tamanho pode ser muito menor do que o estimado — talvez inferior a 100 metros de diâmetro, em vez dos 20 quilômetros exigidos pelo modelo de reflexão solar. Um objeto de 20 km é estatisticamente improvável, considerando a escassez de rochas tão gigantescas no espaço interestelar. Um tamanho menor o tornaria mais comparável aos visitantes interestelares anteriores, Oumuamua e 2I/Borisov», escreveu Loeb.
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Diante da falta de uma explicação natural convincente, a hipótese de que o 3I/ATLAS possa ser uma nave espacial movida por energia nuclear «não pode ser descartada». Essa ideia é reforçada por sua trajetória, que alguns descreveram como «finamente ajustada» para evitar observações diretas a partir de telescópios na Terra e passar próximo a planetas como Marte, Vênus e Júpiter.
Em relação a isso e atendendo ao pedido do astrofísico de Harvard, a congressista Anna Paulina Luna instou formalmente a NASA a preparar a sonda Juno para que «intercepte» o 3I/ATLAS durante sua passagem próxima a Júpiter em março de 2026. A essa iniciativa soma-se agora o Mars Reconnaissance Orbiter, que fará o mesmo em uma data ainda mais próxima: outubro deste ano.

«Está previsto que em 3 de outubro de 2025 o objeto interestelar 3I/ATLAS se aproxime a 28,96 (±0,06) milhões de quilômetros de Marte. Esse evento representa uma excelente oportunidade para observá-lo com a câmera HiRISE do Mars Reconnaissance Orbiter, cuja equipe já respondeu favoravelmente à minha proposta de estudá-lo. A observação a partir da órbita marciana é fundamental, pois, nessa data, será muito difícil analisar o objeto desde a Terra devido à sua proximidade com o Sol», concluiu Loeb.
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