Novo estudo revela que 3I/ATLAS não tem cauda visível nem rastros espectrais de gás ao seu redor

Segundo os pesquisadores, a ausência de cauda e a coloração avermelhada observada podem ser explicadas pela geometria da observação e pela baixa produção de poeira no objeto, o que sugere que não estamos diante de um cometa comum. Essas novas descobertas reavivam o debate sobre a verdadeira natureza de 3I/ATLAS, um debate que vem sendo intensamente discutido desde sua descoberta.
Em um ensaio publicado em 20 de julho de 2025, foi argumentado que a elongação observada nas imagens de 3I/ATLAS poderia ser um artefato devido ao movimento do objeto, em vez de uma evidência de cauda cometária.
“Apesar das críticas de alguns blogueiros, que defenderam a teoria do cometa, os novos dados parecem apoiar a hipótese de que 3I/ATLAS poderia ser algo diferente”, comentou o astrofísico Avi Loeb em reação ao recente estudo.
A possibilidade de que 3I/ATLAS não seja um cometa não é abordada diretamente no novo artigo, mas a conclusão enfatiza a necessidade de monitoramento contínuo do objeto, especialmente à medida que ele se aproxima do periélio. Esse acompanhamento poderia fornecer informações chave sobre a evolução dos materiais interestelares sob a radiação solar, permitindo compreender melhor os mistérios que cercam esse intruso cósmico.
Um dos aspectos mais intrigantes do objeto interestelar é seu período de rotação, recentemente estimado em 16,16 horas. No entanto, os cientistas alertam que essa estimativa ainda não é estatisticamente robusta, pois se baseia em um período de observação de apenas 1,5 rotações. Apesar disso, esse dado, junto com a trajetória retrógrada do objeto e sua passagem próxima a planetas como Júpiter, Marte e Vênus, aumenta a complexidade do objeto e suas possíveis implicações.
As especulações sobre 3I/ATLAS também se estendem ao campo da tecnologia extraterrestre. Alguns cientistas se aventuraram a perguntar se esse objeto poderia ser uma nave espacial de origem não humana. Contudo, esse tipo de questionamento tem sido recebido com resistência — mesmo tendo sido colocado como uma possibilidade remota.
Quanto às observações espectroscópicas, os dados obtidos até agora não mostram as características típicas de gases atômicos ou moleculares em uma coma cometária. O escurecimento do objeto, comumente interpretado como poeira, também poderia ser resultado de uma superfície avermelhada.
À medida que o objeto se aproxima do Sol, as características que poderiam ajudar a esclarecer sua natureza tornar-se-ão mais evidentes. A ciência, como sempre, está aberta à interpretação dos dados. Neste caso, a verdadeira natureza de 3I/ATLAS será determinada pelo acúmulo de mais informações e pela observação contínua.
Nesse sentido, está sendo avaliada a possibilidade da sonda Juno da NASA se aproximar de 3I/ATLAS em março de 2026, o que poderia fornecer dados ainda mais precisos sobre o objeto e sua composição.
Em suma, embora as informações disponíveis até agora sejam limitadas, o objeto continua sendo um mistério fascinante, e seu estudo promete abrir novas portas na astronomia e na compreensão dos materiais interestelares.