Webb descobre disco rico em carbono que pode ser o berço de luas em um exoplaneta

Este disco, rico em carbono, envolve o planeta CT Cha B, localizado a 625 anos-luz da Terra. Embora nenhuma lua tenha sido detectada nos dados obtidos pelo telescópio Webb, essa descoberta oferece uma visão valiosa sobre os mecanismos de formação de satélites, semelhantes aos que podem ter ocorrido ao redor de gigantes gasosos como Júpiter.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADENosso Sistema Solar abriga oito planetas principais e mais de 400 luas conhecidas, que orbitam seis deles. Mas afinal, de onde vieram todas essas luas? Existem diversas teorias sobre sua origem, e o caso das grandes luas — como os quatro satélites galileanos de Júpiter — sugere que elas se formaram a partir da condensação de um disco de gás e poeira que cercava o planeta em seus estágios iniciais de evolução, há mais de 4 bilhões de anos. No entanto, as evidências diretas desse processo ainda são escassas.
Graças à descoberta feita pelo telescópio Webb, os astrônomos obtiveram a primeira observação direta de material que envolve um exoplaneta jovem — especificamente, um disco rico em carbono que pode estar relacionado à formação de luas. Esse achado é crucial para compreender como nascem tanto os planetas quanto seus satélites, especialmente em sistemas planetários jovens como o de CT Cha B.
O disco circunplanetário, embora separado por 74 bilhões de quilômetros do disco principal da estrela hospedeira, oferece um cenário único para o estudo desses processos. Observações desse tipo são fundamentais para entender a evolução dos sistemas planetários em nossa galáxia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEOs dados coletados pelo Webb permitem comparações valiosas com a formação do nosso próprio Sistema Solar, o que pode nos ajudar a esclarecer como surgem as luas e de que forma alguns desses satélites poderiam, eventualmente, se tornar ambientes habitáveis.
“Podemos observar evidências do disco em torno do planeta e investigar sua composição química pela primeira vez. Não estamos apenas testemunhando a formação de luas, mas também o nascimento desse planeta”, explicou Sierra Grant, coautora principal do estudo publicado hoje na revista The Astrophysical Journal Letters.
Por meio de observações no infravermelho, o telescópio Webb detectou moléculas no disco de CT Cha B, entre elas acetileno (C₂H₂) e benzeno (C₆H₆). Essa rica química baseada em carbono contrasta fortemente com a composição do disco da estrela, onde foi identificada a presença de água, mas não de carbono. Essa diferença fornece indícios de uma rápida evolução química em apenas 2 milhões de anos, levantando novas questões sobre a formação dos sistemas planetários.
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- Veja também: Fragmentos de objeto interestelar são únicos e não correspondem a nenhum material conhecido do Sistema Solar
A equipe responsável pela descoberta planeja usar o telescópio Webb ao longo do próximo ano para realizar um estudo detalhado de objetos semelhantes, com o objetivo de compreender melhor a diversidade de propriedades físicas e químicas nos discos que envolvem planetas jovens.
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