Estudo revela uma nova ameaça: o “Big One” da falha de San Andrés pode ser pior do que o esperado

Os pesquisadores descobriram que a falha de Sagaing, uma “superestrada sísmica” geologicamente semelhante à falha de San Andrés, rompeu-se em uma área muito maior e em locais inesperados em comparação com seu histórico sísmico.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEAmbas as falhas são do tipo “deslizamento de rumo”, o que significa que suas placas tectônicas deslizam horizontalmente uma contra a outra. A falha de San Andrés, que se estende por aproximadamente 1.200 quilômetros através da Califórnia, é tristemente famosa pelo terremoto de magnitude 7,9 que devastou São Francisco em 1906, causando mais de 3.000 mortes.

“Nosso trabalho demonstra que os terremotos futuros podem não ser simples repetições de eventos passados conhecidos”, explicou em comunicado Jean-Philippe Avouac, coautor do estudo e professor da Caltech. “As rupturas sucessivas de uma falha determinada, mesmo tão simples como a de Sagaing ou a de San Andrés, podem ser muito diferentes e liberar ainda mais energia do que o déficit de deslizamento acumulado desde o último evento”.
Até agora, muitos sismólogos baseavam-se na “hipótese da lacuna sísmica”, que sugere que as seções de uma falha que estiveram inativas por muito tempo são as mais propensas a romper-se para “colocar-se em dia”. Em Mianmar, esperava-se uma ruptura de cerca de 300 km em uma dessas “lacunas”. No entanto, o terremoto real provocou uma fratura de mais de 500 km, superando em muito as expectativas e desafiando a teoria.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEMASSIVE ground rupture/crack has appeared in Myittha, Mandalay Region, following the powerful M7.7 earthquake in Myanmar 😱👀 pic.twitter.com/vFlPet0XPH
— Volcaholic 🌋 (@volcaholic1) March 28, 2025
Para chegar a essas conclusões, a equipe da Caltech utilizou uma técnica inovadora de correlação de imagens de satélite tiradas antes e depois do terremoto. Os resultados mostraram que o lado leste da falha de Sagaing se deslocou cerca de 3 metros (10 pés) para o sul em relação ao lado oeste.
“Este terremoto foi um caso ideal para aplicar os métodos de correlação de imagens que desenvolvemos”, afirmou Solène Antoine, principal autora do estudo. Essa tecnologia permitiu medir com precisão o deslocamento do terreno diretamente sobre a falha, algo que outros métodos, como a interferometria de radar, não conseguem fazer com tanta eficácia nesse tipo de movimento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEEmbora os terremotos continuem impossíveis de prever, essas novas evidências sugerem que a Califórnia deve se preparar para um cenário potencialmente mais destrutivo. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) já estima que a área próxima a Los Angeles tem 60% de chance de sofrer um terremoto de magnitude 6,7 ou superior nos próximos 30 anos. Este estudo reforça a ideia de que o Big One pode não apenas chegar, mas também reescrever a história sísmica da região.
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